quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Marca da Proteção

Assim que ficou acertado que nós iríamos nos ver, tive a idéia de levar-lhe uma flor. Já tinham me dito que era uma coisa muito bonita e eu honestamente nunca havia dado uma flor pra ninguém antes. A garota certa merecia o gesto certo. Uma garota especial merecia um gesto especial.

No caminho para ir ve-la, la fui eu, alargador na orelha, ferradura no nariz, camiseta do Karate Kid, entrei na floricultura sem cerimônia e tirei de lá a rosa mais bonita que encontrei.

No momento apropriado da conversa, saquei a rosa e a entreguei. Ela muito emocionada me deu um morno beijo na testa.

Espera aí... NA TESTA?

Admito que fui pra casa me sentindo profundamente humilhado, mas pensador incansável que sou, analista e estrategista do comportamento humano, resolvi entender melhor do que se tratava um beijo na testa.

O material para pesquisa é muito escasso e não existe fonte confiável da qual tirar uma conclusão. Loucamente percorri a internet buscando as origens daquele ato, culturas nas quais ele fosse comum, mas depois de pouco mais de três horas de pesquisa, eu consegui uma pilha quentinha de NADA. Não contente passei a procurar em fóruns e até mesmo questionar alguns amigos.

Combinandos todas as respostas, a resposta final então surgiu no horizonte de minha mente e parecia unânime. Um beijo na testa é um sinal de respeito, uma mostra de profundo carinho e uma prova de ADMIRAÇÃO (palavrinha que tem me perseguido nos últimos meses). Eu até vi lá um maluco que falava que beijar a testa era o mesmo que beijar o terceiro olho místico de alguém, beijando assim a sua alma. Mas enfim, maluquices à parte, parece que eu estava errado me sentindo humilhado frente a uma atitude tão bela, isso senão mais bela, do que a flor que eu entreguei.

Respeito, admiração, profundo carinho, sentimentos bons condensados num único gesto que ela realizou com tanta delicadeza e ternura que agora, que eu tive tempo pra pensar melhor sobre isso, é tudo no que eu consigo pensar.

Quando eu fecho meus olhos, se eu me concentrar, ainda consigo me lembrar da sensação. Aqueles curtos dois segundos em que ela foi até mim e me deu aquela marca de proteção.

Quem diria, talvez ela tenha mesmo beijado a minha alma.

Gordon "Troll" Banks

Um comentário:

Chileno disse...

Para beijar a testa do troll a guria tem que ser, no mínimo, alta.

 
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