quarta-feira, 1 de julho de 2009

Desencontro (Talvez o primeiro de muitos...)

Os direitos da imagem e do wallpaper vão para www.jasonchanart.com

Esse é um wallpaper que tenho há alguns meses e como quase tudo, eu tive muita facilidade em interpretar a cena toda e transporta-la pra minha vida. O traço é apaixonante e a arte em si muito bonita.

Aí você chega pra mim e fala algo do tipo: Você teve facilidade de transportar pra sua vida um gigante de pedra numa cachoeira secreta com uma garota? Que absurdo!

São meus superpoderes meu caro, eu consigo ver tudo. Agora vamos lá, interpretação da imagem.

Pra começar, vamos examinar o que mais chama a atenção na imagem, o Gigante. Não tem muito segredo, ele é um cara grandão, desajeitado, tímido. Provavelmente ele é o rei do pedaço aí nessa cachoeira esquecida pelos deuses, os sapos, peixes e insetos da região são seus únicos amigos, talvez uma lontra. Ele sabe das coisas, não física quântica e literatura, mas as coisas da vida. Ele é antigo e sábio, e nas noites claras de lua cheia, quando o céu fica abarrotado de estrelas, o Gigante se senta e fica olhando os astros brilhantes, imaginando o que é que está lá em cima, fora do seu alcance. Tem alguma coisa errada, ele pode sentir, mas não consegue compreender, mas a verdade é que o coração dele é de pedra.

Aí uma bela manhã, sem que estivesse esperando por qualquer coisa, o Gigante é atingido por algo, uma sensação que percorre seu corpo rochoso como se fosse eletricidade. Uma voz vindo da queda d'água. Os dois então se encontram pela primeira vez, o Gigante do coração de pedra e a garota.

Acho que pra ela era tudo curiosidade e excitação, aquela figura sombria e bizarra, tão diferente de tudo no mundo, de todas as pessoas. Pro Gigante a história já foi outra. Aquela pequena criatura, tão diferente de tudo que ele ja tinha visto nos seus séculos de existência, tão pequena, tão pura, com aqueles olhos e aquele sorriso maravilhosos.

Eles se aproximaram um do outro, sem medo por nenhuma das partes. Eles se conheceram, pelo menos superficialmente. Ela sabia que ele gostava de ver as estrelas só de encarar aquela cara pedregosa de perto, ela sentia certa profundidade nele. Já ele sabia que ela gostava de rir e contar história bobas, a garota tinha uma complexidade que ele jamais enfrentaria com um de seus amigos sapos por exemplo.

Aí ele teve a idéia de faze-la ficar, mas ela tinha dúvidas. Foi quando tudo ficou um pouco frio e triste. E no último gesto desesperado de tentar convence-la de que ali era um bom lugar, o Gigante entrega à garota um flor, um sinal de tudo que naquele jardim havia pra ser descoberto ainda, nos dias que viriam.

Ela aceitou a flor, achou um gesto lindo vindo daquela coisa que imitava a vida humana, mas ela não entendeu que o presente na verdade não era a flor e sim o jardim. Ela partiu logo depois do almoço e o Gigante não entendeu que ela voltava pra sua família, seus amigos, um mundo do qual ele não fazia e talvez jamais fizesse parte.

Naquela noite, ja em casa, a garota se lembrou do Gigante e sorriu cheirando a flor que ele lhe deu. Enquanto que na selva gelada, o Gigante estava sentado no chão, olhando pras estrelas, imaginando se em algum lugar no universo eles teriam a chance de se encontrar em condições mais favoráveis. E se em algum lugar no universo, a garota teria escolhido ficar.

2 comentários:

Unknown disse...

A imagem acabou ficando cortada, pra ver toda a imagem é só clicar nela que vai aparece o wallpaper inteiro, foi mal pela cagada, hauhauahahuahaXP

Mrs Silverfox disse...

Eu choro e me acho o menor peixe do aquario

 
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