segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Casal Preferido de Jack

Sexta-feira era um bom dia pra mendigar, as pessoas bebiam e se sentiam generosas. Claro que pedir dinheiro era uma estratégia fraca e sem elegância. Jack preferia o bom e velho "violão e chapéu". Ele estava de volta à cidade depois de alguns anos fora, um pouco mais velho, um pouco mais magro e muito mais sábio.

Andava pelas ruas usando um jeans frouxo e uma camisa sem botões que ficava aberta o tempo todo, expondo imensas tatuagens negras no peito e no abdomem de Jack, fumava cigarros sem marca, dados de boa ou má vontade pelos transeuntes e usava um chapéu surradíssimo na cabeça. Ainda estava descalço.

Ele subiu a rua com o violão nas costas, parou num bar sujo e pediu duas doses, bebeu a primeira sem fazer careta e jogou a segunda no chão. Sentou-se numa mesa e bebeu algumas cervejas sozinho. Aí, tão rápido quanto se sentou, levantou-se pagou e saiu cambaleando rua acima.

No alto da rua estavam os bares mais caros, limpos e bem frequentados. Na calçada deles, numa mesinha frágil de madeira, dois casais confraternizavam com variados graus de empolgação. Um dos homens estava bem bêbado e falava molemente sobre baseball profissional. O outro tinha um olhar severo, mas inflamado de álcool, discutia firmemente com o colega. As mulheres conversavam discretamente, uma moça rechonchuda com uma imensa peruca ruiva e uma mocinha mirrada, quase invisível atrás de uma jarra de cerveja.

Jack subia a rua e suava, isso o deixava com um cheiro desagradável de gente bêbada e suja, mas tirava a neblina alcoólica de seus olhos. Ele parou bem em tempo de ver os dois casais na mesa do barzinho, tentou atravessar a rua, mas um fluxo contínuo de carros o impediu. Ele continou andando de cabeça baixa, talvez a barba e as tatuagens, o violão, o chapéu e os pés descalços o escondessem.

A gorda ruiva soltou uma exclamação de espanto que sobressaltou a mocinha, as duas olharam ao mesmo tempo pro mendigo algo e magro que subia a rua.

- Jack? - A mocinha soltou num sussuro inaudível.

- JACK? - O bêbado urrou. - Onde? Ora, mas vejam só! - Ele se levantou cambaleando o corpo deformado e agarrou Jack pelos ombros. - É você mesmo cara? Não acredito!

A ruiva soltou um gritinho e olhou urgente pra mocinha, ela estava pálida e tremia um pouco, depois olhando para o rapaz de olhos severos, ela percebeu que o rosto dele estava roxo e seus lábios virados pra dentro da boca em fúria, os olhos injetados de algo entre indignação e puro medo.

- Hey. - Jack saudou todos na mesa visivelmente incomodado. - Muito tempo. - Seus olhos se demoraram uma fração de segundo a mais na mocinha magra. Olhos severos percebeu, se levantou.

- De saída? Que pena, nós nos vemos na próxima então.

- De saída? - Repetiu o bêbado. - Bobagem! Ele obviamente não está indo pra lugar nenhum, sente aqui conosco Jack! - O homem nem esperou resposta, puxou Jack pela camisa e o sentou numa cadeira colocada com habilidade na cabeceira da mesa. - Vamos tomar umas! Pelos velhos tempos!

A Ruiva olhava tudo com ar de espanto, a Moça magra tinha terror puro no rosto, Olhos Severos era só ódio e o Bêbado tinha talvez a expressão mais sincera da mesa, uma cara meio nublada pelo álcool, mas feliz.

O garçom trouxe renovadas jarras de cerveja para todos, mesmo sob os protestos de Jack que clamava não ter dinheiro (Tudo bem, eu te cubro, dizia o Bêbado.), eles ergueram as 5 jarras no ar:

- À amizade! - Urrou o Bêbado, um pouco mais alto do que o necessário.

- Aos velhos tempos. - Disse a Ruiva sem jeito.

- Aos leões do mundo, com fome o bastante para abocanharem o que querem! - Disse Olhos Severos.

- Ao amor. - Disse a Moça num tom que ela pretendia ser de desafio, mas soou como arrependimento.

- À iluminação. - Disse Jack.

Beberam goladas homéricas depois do brinde. A Moça ficou imediatamente com as bochechas vermelhas e seus olhos ficaram um pouco nublados.

O Bêbado logo começou a bombardear Jack com perguntas sobre os últimos anos, onde ele tinha estado, o que tinha feito, o que fazia agora, o que pretendia fazer, o que significavam suas tatuagens, onde aprendera a tocar violão. O monge-mendigo respondia tudo no melho dos humores, falava alegremente sobre seus anos de monastério e todos os lugares que visitara ao redor do mundo. A Ruiva e a Moça tinham olhares visivelmente admirados e mais de uma vez o Bêbado fez graça da Ruiva olhando pra dentro da camisa de Jack para ver melhor as imensas tatuagens. Olhos Severos no entanto não parecia nem um pouco contente com o reencontro e encarava Jack o tempo todo, fazia cara de desagrado quando ouvia sobre os lugares exóticos que ele visitou e fazia comentários maldosos sobre os anos dele no monastério.

A uma certa altura o Bêbado cochilou com a cabeça sobre os braços e um silêncio mortal se abateu sobre a mesa, os quatro eram pura tensão. A Ruiva educadamente fez algumas perguntas pra Jack que as respondeu como pode. Mas, mais uma vez, silêncio. Eles se encaravam e bebericavam suas jarras de cerveja como se alguém fosse puxar uma arma a qualquer minuto e começar a atirar. Olhos Severos fez as honras.

- Então Jack. Ouvi dizer que você se mandou quando seu namorado morreu. Aquele gordo, Bernie ou Chuck.

- Charlie. - Disse a Moça com sua voz mínima.

- Que seja. É verdade? - Olhos Severos abraçou os ombros magros da Moça com suas mãos duras, até mesmo seus dedos pareciam ser recheados de ódio e coisas ruins.

- Na verdade. - Jack sorriu. - A morte de Charlie foi só uma parte da equação. A Bia aqui ter me dado o fora e ter me trocado por um lutador babaca como você foi o que completou o cálculo.

A Ruiva soltou um gritinho e sua peruca entortou na cabeça, o Bêbado continuava cochilando, Bia, a Moça magrinha e quase invisível, ficou pálida e seus imensos olhos castanhos se encheram de lágrimas. Olhos Severos parecia que ia matar Jack só com o olhar, seu rosto estava completamente vermelho e ele se levantou de súbito, derrubando sua jarra de cerveja sobre a própria calça. Bia pateticamente começou a limpar a calça com guardanapos.

- Como é que você se atreve? - Ele silvou e perdigotos saltavam como flechas envenenadas.

- Relaxa aí cara, como é que é seu nome mesmo? Ah, não importa. - Jack se levantou sorrindo e virou sua jarra de cerveja até o final. - Pode parecer que não, mas você e a Bia são meu casal preferido no mundo todo.

A Ruiva olhava agora pra Jack aterrorizada, ela tremia e tentava acordar o Bêbado.

Bia fitou Jack e por um momento ele se lembrou de tudo que um dia ele já havia dito pra ela, tudo que tinha feito por ela, sua devoção cega por ela, das tardes frias sobre um cobertor vendo um filme qualquer, aqueles lindos olhos castanhos, tão cheios de mentiras, tão cheios de coisas fúteis e vazias, tão cheios de coisas que Jack nunca ia aceitar que estavam lá.

- Falo sério. - Jack continuou. - São meu casal preferido no mundo todo pela simples razão que de uma tacada só eu consegui remover duas pessoas horríveis da minha vida. Vocês me livraram de dor e sofrimento pelos quais eu nunca mereci passar. E o melhor de tudo, vendo vocês dois aqui, bebendo cerveja com o casal maravilha aqui ao lado. - Ele fez um gesto com o dedão apontando a Ruiva e o Bêbado. - Só me mostra o quanto vocês são vazios e...felizes. Eu sou muito grato por isso, por saber que onde quer que eu esteja, mesmo pobre e sem sapatos, eu ainda sou uma pessoa melhor do que qualquer um de vocês dois jamais serão. A única pessoa levemente digna nessa mesa é o Bêbado, porque ao menos ele é sincero e engraçado.

Um silêncio sólido caiu sobre os quatro, o Bêbado roncou sonoramente.

Jack sorriu mais uma vez, aquele sorriso simples e cheio de significados complexos que ele aprendera no monastério. Pegou seu violão e dedilhou uma canção conhecida, da época em que eles todos estavam no colégio, a canção de Jack e Bia. Quando terminou ele lançou o violão de volta pro ombro e tirou seu chapéu, quase em camera lenta ele o estendeu até Olhos Severos.

- Um trocado? Pra comprar uma dose sabe? Noites frias.

Olhos Severos poderia ter explodido em chamas ali naquele exato instante e teria sido compreensível. Ele enfiou com raiva a mão no bolso e sacou a carteira, jogou uma nota de 50 no chapéu.

- Muito agradecido. - Jack disse simples e deixou a mesa caminhando novamente pra calçada e então rua acima, cambaleava um pouco, seus pés descalços não faziam barulho na calçada.

Na mesa, ainda silêncio, então Bia saiu correndo atrás de Jack.

- Jack espera! - Ela o alcançou e o segurou pelo pescoço puxando sua cabeça.

- Hey! Hey! Pare com isso Bia, você é uma moça casada. - Jack disse mau-humorado. - Você ainda tem aquilo que te dei na noite da formatura?

- Sim! Ainda tenho, está guardado em meu quarto, nunca consegui me desfazer daquilo.

- E é por isso que nós não vamos ficar juntos. Você esteve em dúvida quanto a ele esses anos todos, guardando meu presente numa caixa como se eu fosse alguma espécia de saída de emergência. - Jack a fitou com profundidade. - Espero que você não jogue fora, aquilo é tudo que vai ter de mim pro resto da sua vida.

Bia chorou em silêncio, seus olhos inflamados de álcool e angústia. Olhos Severos os alcançou e a abraçou pelos ombros.

- Saia daqui Jack, você já fez estrago o bastante por uma noite.

Jack se virou e caminhou rua acima, com o violão jogado nos ombros, a camisa aberta, o chapéu surrado e os pés descalços.

sábado, 28 de novembro de 2009

Jack e a Grande Fuga

Ele abriu os olhos e não reconheceu aquele teto cinzento, o lustre também lhe era estranho. Levantou a cabeça e olhou em volta, mas então sentiu uma dor aguda atrás dos olhos, a ressaca veio lhe dar bom dia antes de todo o resto.

A boca estava seca por dentro, com um gosto abissal. Os lábios rachados e duros. Os olhos ardiam incomodados com a primeira luz do dia que entrava pela janela. Na cama, cinco corpos que não eram o dele. Um cara magro e ruivo, ruivo natural, e mais quatro garotas, todos nus, dormindo como anjos decadentes. Deitada sobre as pernas dele estava uma garota, e olhando pra bunda dela ele reconheceu a marquinha em forma de cavalo marinho. Era Heather, Jack lembrou-se com um pouco de amargura, ela tinha sido a garota mais gostosa do colégio a tantos anos atrás, agora participava de orgias em troca de drogas. "Destino" ele riu amargurado.

Jack se arrastou pra fora da cama e ficou em pé, nu, olhando pela janela. Sentiu-se engraçado. Caçou um par de calças qualquer no chão e vestiu um jeans rasgado e imenso. Foi pra cozinha e encontrou jogado no chão um cara gordo, provavelmente o dono do jeans. Tinha um cachimbo caído perto da boca, Jack o apanhou e cheirou, algo entre o insanamente ilegal e o adoravelmente new age. Acendeu o cachimbo.

Ele vagou pelos comodos da casa fumando o cachimbo, sem camisa, tinha mais gente na casa, mas todos dormiam, ou os únicos sobreviventes da noite estavam altos demais pra conseguir fazer qualquer coisa que não fosse encarar as paredes sonolentamente.

Um frigobar se aquilibrava perigosamente no canto da grade negra da varanda sobre a piscina, Jack o abriu e encontrou uma cerveja gelada, abriu a garrafa e sentou-se num cadeirão de praia. Ao longe, por detrás dos pinheiros, vinha nascendo o sol. Era magnífico, um espetáculo em camera lenta, quanto centímetro a centímetro o gigante Astro-Rei escalava mais e mais o céu. O cachimbo estralou na boca de Jack, "restos de crack" ele pensou.

Da porta atrás dele surgiu um rapaz baixinho de cara amarrotada, cabelo preto e uma camiseta branca do Led Zeppelin.

- 'Dia. - Ele disse pra Jack.
- 'Dia.
- Bela festa hein?
- Tinha ouvido dizer que era isso que você andava fazendo depois que eu fui embora. Tive que conferir.
- Charlie teria curtido.
- Não, ele não teria.
- ...você ta zangado?

Jack se levantou e deu um último trago no cachimbo, depois arremessou-o na piscina. Deu um gole na cerveja e empurrou a garrafa contra o rapaz que a segurou com cara de desconfiança.

- Sabe Kevin, eu queria mais que isso pra gente. Mas aparentemente o legado que o Charlie deixou pra mim, ele não deixou pra você. E se deixou, você não entendeu bem o que queria dizer. É como jogar pérolas aos porcos...
- Isso é um insulto?
- Nah, os porcos não são tão sensíveis assim...

Jack empurrou o frigobar que caiu com um barulho enorme na piscina acordando alguns habitantes da casa. Ele seguiu pro quarto e pegou uma camiseta e uma jaqueta, vestiu-as e saiu.

Já longe dali, caminhando descalço pela rua, já que tinha esquecido de pegar sapatos, Jack pensava no rumo que a vida dele estava tomando. Todas as drogas, as festas, as pessoas vazias. E todos aqueles anos no monastério, o que haviam lhe ensinado? As pessoas interessantes que ele conheceu e as situações insólitas. Tudo aquilo pra quê se Charlie ainda estava morto?

"Talvez", ele pensou, "não tenha nada a ver com as festas, nem com as drogas, nem com a viagem pelo mundo e com as pessoas interessantes. Talvez tudo isso só tenha a ver com a fuga. A fuga que nós procuramos do mundo. As maneiras maravilhosas como nós tentamos nos isolar, nos afastar um dos outros, mesmo que em bando." Jack parou perto de uma torre, ali, alguns anos atrás, seu melhor amigo Charlie tinha se atirado e morrido. "Da ilusão da vida, sobram só nossas fugas." ele concluiu.

Jack caminhou mais leve em direção ao norte, ia sumir por uns tempos, haviam muitas fugas a serem experimentadas.

Gordon "Troll" Banks

domingo, 22 de novembro de 2009

Sobre uma vida plena pra você e uma outra pra mim...

Às vezes eu fico irritado, às vezes eu fico triste, mas no geral, esse papo de vida plena me deixa mesmo é meio confuso. Vamos lá...

Levei uns dedos no peito nesses últimos meses, muita gente querendo gerenciar minha vida da nisso sabe? Eu entendo a boa intenção e agradeço, mas vou pedir aqui gentilmente pra PARAREM DE ENCHER MEU SACO. Não é pra ninguém em especial que to dizendo isso, é mais um desabafo pra mim mesmo do que qualquer coisa. Eu sei que tem gente que vai se ofender, mas eu preciso fazer pé firme nessa hora.

O que raios quer dizer uma vida plena? Tava lendo um e-mail de um suposto "jornalista" metendo o pau nessa geração (leia-se a MINHA geração, galera de 84 pra cá), falando que somos todos cabeças-ocas que punhetam o dia inteiro no orkut e no twitter e todo aquele bla, bla, bla de gente velha que acha que tem o pau maior que o nosso só pq eles tiveram a merda da ditadura pra derrubar.

Então tá, eu me ofendi com essa história de cabeça-oca punheteiro. Fato é, eu fico na internet 90% do meu tempo, eu não trabalho, não estudo, fico na internet oras... e aí o que me deixou com a pulga atrás da orelha é: Será então que eu devo ficar escrevendo e-mails metendo o pau na próxima geração pra ter uma vida plena? Ou ir pra um cubículo escrever lixo sensacionalista todo dia, matérias sobre a sexta-feira 13 e a mulher no interior de "sei lá onde" que está grávida de 9 "filhotes"?

Ter uma vida plena é essencialmente viver como todo mundo quer que você viva a SUA vida? Como seus pais esperam que você viva a vida?

"Ah, mas vc não pode negar que você tem que trabalhar pra pagar suas contas, uma hora você vai ter que abrir as pernas." Talvez eu tenha, talvez não, a questão não é essa, pelo menos não pra mim. A questão é a validade desse sistema todo de coisas. Essa sequência absurda de eventos que se repetem praticamente iguais pra todos os 6 bilhões (já quase 6,5 pelo que ouvi) de pessoas nessa porra de planeta. E aí, a vida é só isso? A gente não tem como pegar a vida e fazer dela algo diferente?

"Então vai a luta, vai ganhar seu dinheiro pra fazer alguma coisa!" Espera aí um pouquinho meu querido, e quem te disse que eu preciso ir pra qualquer lugar pra fazer da minha vida o que eu quero?

As pessoas se prendem, ou talvez só se deixem prender, em todos esses conceitos de certo e errado, realidade e sonho e aí qualquer um disposto a explorar algo fora do habitual é logo taxado de maluco, de vagabundo, de cuca-fresca. Eu já vasculhei galáxias inteiras sentado na frente do meu computador. Um ponto sensível esse, muita gente vai dizer "Você não pode simplesmente trocar a vida de verdade pela sua própria imaginação." Bom, eu vou ser um pouco ousado e dizer: E porque caralhos voadores não?

Afinal o que é a tal realidade? Quem é que escreveu o livro onde tá escrito que tal coisa é real, tal coisa não é real e que só se pode viver no mundo "de verdadinha"? Não se assustem, eu não to pensando em me trancar no quarto e imaginar uma vida pra mim, não é isso, mas incomoda as pessoas à minha volta que eu goste tanto de passar mais tempo do lado de lá do que do lado de cá. Se eu puder ser bem egocêntrico e amalucado nesse ponto, eu diria que é inveja, porque vocês não conseguem chegar nos lugares aos quais eu vou.

Mas voltando ao começo da conversa, e a tal da vida plena? É você quem vai meter o dedo no meu peito e me dizer que eu estou desperdiçando meu tempo? Você vai ser arrogante a ponto de tentar escrutinar a minha função na existência? Sem pensar em tudo que está lá fora, ainda desconhecido e escondido nas dobras do tempo e do espaço? Será que nunca te passou pela cabeça nem por um segundo que eu posso saber o que eu estou fazendo? Que talvez eu tenha alguma carta na manga, uma tão maluca e improvável que eu prefiro deixar em segredo até a hora do Royal Flush cósmico final?

"Mais louco impossível" eu quase posso te ouvir dizer, meu caro leitor, enquanto lê esse texto, mas olha, se pra você está bom a vida do seu jeito, só me faça esse favor e respeite a vida que eu levo do MEU jeito. O final do jogo está perto demais pra querer mudar de estratégia agora.

E agora, falando muito sério, o primeiro que me mandar procurar ajuda psiquiátrica vai ser mandado pra pqp sumariamente.

Gordon "Troll" Banks
 
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