segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Já dizia Don Ramón...

Certa vez, um filho da puta qualquer resolveu que deveríamos acordar às seis da madrugada, pra passar oito horas do nosso dia com pessoas que mal toleramos, em troca de DINHEIRO. A quantidade de dinheiro não seria proporcional a quanto você sabe ou tem a oferecer, mas a quanto você pode fazer pelo seu explorador (também conhecido como patrão). Recusar ou reclamar demais dessa grandiosa oportunidade vai te fazer ser visto como um vagabundo, um comunista, ou pior, um sonhador. Todas as pessoas odeiam essa obrigatoriedade, mas são idiotas demais pra fazer qualquer coisa a respeito. Amam demais os seus smartphones, apartamentos e automóveis. Mesmo à beira da loucura e considerando o suicídio, um indivíduo deve continuar trabalhando, sendo produtivo e ser grato pela oportunidade de ganhar DINHEIRO. Sem dinheiro não se vive. DIZEM. Acredito que, algumas pessoas gostam de ir ao trabalho somente para observar aqueles que odeiam o trabalhando, definhando.

Trabalhar geralmente envolve uma seqüência predeterminada de atividades entediantes, tais como, sentar na frente de um computador produzindo relatórios, carregar objetos pesados, dirigir pela cidade e atender as necessidades de pessoas que você não quer atender. As oito horas (que podem se tornar 10, 12 ou mesmo 14 numa cidade grande) que você dedica ao seu trabalho, são problema seu. O trabalho te faz acreditar que receber DINHEIRO em troca das suas preciosas horas, compensa. NÃO COMPENSA. Mas te faz acreditar que compensa. Smartphones, tevês de tela grande, vídeo-games, automóveis. SUBORNOS. Lembre-se sempre que, até que se prove o contrário, o tempo é linear e não podemos recuperar nossas horas perdidas no escritório, na fábrica, na agência. Nossas vidas escoam pelos ralos das empresas. Mas o trabalho te faz acreditar que vale a pena. NÃO VALE. Mas te faz acreditar que vale.


Enquanto isso, nós vivemos essas tentativas patéticas de DAR O TROCO no trabalho. Enrolamos no bebedouro e no almoço, cochilamos no banheiro, chegamos atrasados e saímos 10 minutos mais cedo. Nenhum levante social. Ninguém vai às armas. Continuamos trabalhando, como bom GADO.

Em algum lugar do inferno, o cara que inventou o trabalho, gargalha.

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