terça-feira, 2 de setembro de 2008

Esqueça os Macacos, as Baratas comandam!

Começa aqui a Terceira parte da história que mostra como um garoto Japonês se tornou o último habitante humano da Terra. A primeira parte da história está aqui . A segunda parte aqui.
Eu sou autor do conto e dono da idéia original. Gordon Banks.


O imenso prédio negro se aproximava cada vez mais. Iori percebeu que a resina negra de que a construção era feita brilhava muito à luz do sol vermelho, mais do que qualquer outro prédio próximo. A Universidade de Rochia era mesmo impressionante.

- Rochia mais importante da nação trabalham aqui. - Click disse num tom orgulhoso quando o tanque finalmente parou em frente à universidade.

- Numa universidade?

Click não respondeu, mas estava claro que ele dizia a verdade. Iori era ainda jovem, completaria 15 anos em Fevereiro, mas o garoto era inteligente e não esperava os homens mais importantes da nação trabalhando numa universidade, e sim em algum prédio governamental. Mas talvez Click apenas tenha aumentado um pouco a importância do seu local de trabalho, e de todo jeito Iori achou que estava começando a dar importância demais pra isso, os Rochia eram uma cultura diferente da japonesa e de qualquer outra da Terra de sua época. Talvez os Rochia acreditassem que "conhecimento é poder", como se dizia antigamente.

Iori, Click e o líder dos arqueologos que encontraram o garoto na submersa Tóquio (Que se chamava Clac, Trrik, Tlec, Tlec e que Iori começava a chamar de "Clark") entraram na Universidade de Rochia pela porta da frente. Os degraus negros eram largos e altos, pois os Rochia tinham pés grandes e pernas compridas, eram gigantes de quase 4 metros de altura, mas Iori conseguiu vence-los com agilidade. As portas também eram feitas de resina plástica resistente, mas eram avermelhadas e semi-transparentes.

O hall de entrada era muito amplo e as paredes eram escuras, reparando bem percebia-se que a negrura do edifício era na verdade um tom de marrom muito concentrado, talvez por causa da grossura das paredes feitas da ambundante resina castanha que estava por toda parte na cidade. Escadas curvas estavam dos dois lados do salão e encontravam-se no alto onde havia um corredor escuro. No centro entre as escadas havia um grande chafariz e acima dele, pendurado por cabos de aço que vinham do teto, um imenso globo terrestre que girava lentamente expondo todas as partes do planeta ao público, uma de cada vez.

O jovem teve que abafar um grito de horror quando lentamente o globo girou e mostrou o que era agora o planeta Terra. Havia água por toda parte, em lugares onde não deveria haver. A Austrália era agora um tímido par de ilhas pequenas, do tamanho do Japão, que já não aparecia mais no mapa. O lado oeste da África era agora quase todo água e poucas ilhas separadas. A Grã-Bretanha, Portugal, Itália e Grécia também estavam cobertas de água, assim como a Europa Oriental e quase toda a costa Asiática. A América do Norte era agora apenas uma ilha comprida e solitária, o que sobrou das Montanhas Rochosas da Califórnia, parte do México e Canadá. Na América do Sul os Andes, a Floresta Amazônica e o Planalto Central pareciam ser tudo que tinha sobrado fora da água. Não havia sinal da América Central ou da Ocêania.

Groelândia e Antártica continuavam intactas, mas agora pareciam regiões povoadas, repletas do vermelho doentio que cobria todas as partes do globo, lembrando Iori da vegetação que vira nas planícies Siberianas. Uma única concentração de vegetação ainda verde era a Floresta Amazônica.

- É a floresta mais antiga do planeta. - Click disse pousando sua mão gigante no ombro do garoto que acordou de seu transe apocalíptico.

Eles subiram as escadas e entraram no corredor escuro que seguia por vários metros até um segundo saguão redondo com várias portas em todos os lados. Sobre cada porta havia uma inscrição que Iori não conseguia decifrar, mas secretamente ele desejava que Click o levasse até uma cozinha ou despensa, estava faminto.

Passaram por uma das muitas portas e seguiram pouco por um corredor que terminava num grande salão temático, logo na entrada estava uma faixa onde Iori pode ler em inglês: "Humans". Era um tipo de amostra sobre os humanos, com várias vitrines ao longo do salão, e em cada uma delas Iori via cortadores de grama pela metade, enferrujados e carcomidos, tapeçarias, vasos, um automóvel ano 2052, uma coleção de televisores e monitores de computador, vasos sanitários. Ao passar por uma das últimas vitrines, novamente Iori teve que segurar um grito.

Um pequeno quarto decorado com tapetes, vasos e o que o garoto podia jurar que era a Monalisa, tinha no centro uma longa mesa de madeira e deitado sobre ela um homem. Iori coçou os olhos, achou que estava vendo coisas, mas era mesmo um ser humano.

- É uma pessoa! Uma pessoa!

Click se aproximou.

- Nós também pensamos que fosse um homem quando o achamos, seis anos atrás. Mas é uma máquina, venha eu lhe mostro.

Os dois entraram por uma porta lateral no aposento onde repousava o homem sobre a mesa. Click se adiantou e virou o homem, expondo suas costas.

-Aqui, veja. - Click apontava com sua mão descomunal para a nuca do homem.

Iori se aproximou curioso, mas com cautela e olhou o que Click tentava mostrar.

- Isso...isso é uma entrada USB!

4 comentários:

Lucas Cassol Gonçalves disse...

BOM! Muito BOM.

Agora sim, esta pegando a linha do Admiravel Mundo Novo.

(Palmas!)

J. disse...

Ah, pode ser o escolhido! =D

Thata disse...

Cabo USB? o.õ
Se eu acordasse num mundo onde só existissem baratas, eu me mataria. Me afogaria nessa imensidão azul.
Que curioso! Só a Floresta Amazônica sobreviveu. Achei que ela seria a primeira a ser destruída.
Adorei... o que eles vão fazer com o japinha agora? Dissecar e deixá-lo exposto na Universidade? Fazer testes com ele?
Quero mais! *-*



Bejoo :*

ederDBZ disse...

interessante e mto inteligente...
parabens...

 
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