O garoto acordou assustado, olhou ao redor procurando quem quer que fosse, mas não achou ninguém. O laboratório era imenso e as sombras se acumulavam nos cantos mais distandes, prendendo-o num cubo mal-iluminado cercado de grossas paredes sombrias. A câmara criogênica estava desligada e a cúpula de vidro que a selava estava erguida, o jovem não teve dúvidas, pulou para fora.
Estava nu, seus pés descalços pisavam num frio chão de metal, mas a sensibilidade ainda lutava para voltar às extremidades o que o poupava do frio que fazia ali.
Ele caminhou pela escuridão adentro sem medo, tateava pelas paredes com dificuldade e entrava em corredores e portas sem saber ao certo pra onde estava indo, estava muito confuso. Ouviu passos ao longe, seguiu na direção do som.
No final de um longo corredor ficava um salão enorme e iluminado, nele cerca de 10 homens imensos, com roupas pesadas de couro negro e capacetes de vidro negro andavam de um lado pro outro aparentemente impressionados com tudo que viam nas paredes, quadros, tapeçarias, cada vaso era uma relíquia e eles não pisavam nos tapetes com medo de que desmanchassem sob o peso de seus pés enormes. Para o menino passou despercebido o fato de que cada um daqueles homens carregava um fuzil e que todos eles tinham 4 braços.
Ele saiu do corredor caminhando lentamente, estava ainda muito fraco. Alguns dos homens se voltaram para ele e logo começou uma gritaria confusa numa língua que o menino jamais ouvira. Alguns dos homens apontavam os fuzis pra ele, enquanto outros tentavam impedi-los de atirar e outros dois ao fundo gritavam na direção de uma outra sala, de onde veio um outro gigante, esse vestia-se da mesma maneira, mas sua vestimenta era completamente vermelha, parecia ser o líder.
O gigante escarlate se aproximou e ajoelhou-se muito próximo ao menino, começou a falar muito devagar naquela língua estranha, como se o menino pudesse por mágica aprender aquele idioma caso pronunciado muito lentamente, mas isso não ajudou obviamente.
- Não entendo. - O menino disse no mais claro japonês que conseguiu.
Uma comoção entre os homens demonstrou que eles procuravam outro membro da equipe, logo entrou pela porta um novo gigante, esse vestia uma roupa branca, lembrou ao garoto um gordo boneco de neve.
- Japonês? Japonês fala você? - O homem de branco perguntou com um sotaque carregadíssimo.
- Sim. - Respondeu o menino confuso. - Quem são vocês?
- Nós equipe de arqueologia de Rochia.
- Rochia?
- Rochia grande cidade. Nós de Rochia. Você de onde?
- Eu nasci em Kyoto, mas fui criado em Akita. - A resposta veio tão facilmente ao menino que ele mal se deu conta de que de repente já se lembrava de quem era e de quase todo o resto. - Me chamo Iori.
O gigante de branco ia traduzindo tudo para o gigante de vermelho que apenas balançava a cabeça e fazia curtos comentários.
- Nós Rochia. Nós aqui pesquisando e encontrar você. Você muito raro!
- Eu sou muito raro? Não entendo.
- Humano muito raro, humano não mais.
Iori ficou em silêncio por um minuto, pensava no que estava ouvindo e mais memórias pareciam voltar de súbito a sua cabeça. O calor, as geleiras derretendo, os tornados, os terremotos, as enchentes, as pessoas morrendo, ele sendo congelado pelos pais para ser salvo no futuro.
- Não existem mais humanos? - Ele perguntou incrédulo.
- Humano não mais há muito tempo, humano lenda, muito Rochia não acredita em humano.
- Mas então...o que vocês são?
- Nós Rochia.
- Vocês vivem em Rochia e são Rochia?
- Sim, veja.
Ao mesmo tempo, todos os homens retiraram seus capacetes, o garoto abafou um grito de horror quando viu seus rostos. Cabeças insetóides de olhos redondos e negros, bocas multifacetadas e deslocáveis com tenazes dos lados, longas antenas na parte superior, eram imensas baratas humanas.
"Rochia...roach...barata em inglês.", Iori pensou..."Os humanos finalmente conseguiram, extinguiram a espécie mais perigosa do planeta, eles mesmos."
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18 comentários:
É que somos gays e estamos sugeitos a desaprovação das pessoas pela nossa orientção sexual, eles poderiam bater na gente, do jeito que os homens são preconceituosos.
Sim, seu texto é mô legal!
Mas eu também acho que os humanos ainda vão acabar se destruindo.
Ainda tenho esperança na humanidade...
Axo q ñ podemos perder as esperanças.
Vlw!!!
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=44231900
http://jukeboxmix.blogspot.com/
revolução dos bichos...
Olá!
Gostei do seu modo de escrever.
Passa o meu blog depois!
Abraço
Ui ui ui...
Mas é bem real isso, as baratas vão sobreviver depois da gente u.u
E pensar que a gente despreza tanto elas...
E porque um menino japoneis?i_i
xD
;***
Eu também acho que os humanos vão acabar se destruindo mesmo.
E imagino que o menino é japonês pq é lá que se tem um alto grau de tecnologia, não é?
Tadinhoo do meninoo.
Vai ter que viver entre as baratas... Blarg!
Podiam ter congeladoo uma menininha tbm né?!
xD .
Beijooo!
Os humanos tem tudo pra se destruirem totalmente...
Mas sabe eu ainda acredito que tudo pode mudar...
E nesse momento é o q in teressa!!!
Abraços...
gostei muito do post. Tá, eu sei que você disse para não escrever isso. Mas a verdade é que eu gostei! Achei a tua escrita cativante e a forma como você descreve as situações.
Sou mais uma das que tem esperança na humanidade :)
Li o post, já me livrei de ser miserável!rs
Então, eu penso parecido, o homem ta quase conseguindo mesmo sua extinção... com essa mania de pensar que é o dono das coisas e não parte de um todo. Sua escrita é de fato bem original.
Que bom que vc se recuperou, e voltou à blogsfera. O que me inspira são os sentimentos que me fazem mais vivente do que existente, e muitas vezes eles me trazem dores, mas é assim que aprendo o que é melhor pra mim.
obrigada pela visita.
Desgraça anunciada...
Mas adianta avisar?
Minha avó é quem está certa... Ela diz o seguinte: - Deixa se arrebentar!! Assim ele aprende!
Faço delas as minhas palavras...
Lamentável...
Será que devemos mesmo ter esperanças na humanidade?
Eu tenho um pouco, mas só um pouco, pq cada dia as coisas pioras.
O texto está muito bem escrito. Muito mesmo.
abs
O texto é de sua autoria?
Se for meu parabéns...
Kra as guerras secretas estão no nosso dia-a-dia...
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mundialfutebolclube.blogpsot.com
Viver com as diferenças é a melhor forma de viver em paz...
muito bom o texto!
Vlww lah pelo comentario no blog espero que de mais passadas lah de vez enquando, pq dai da pra trocar umas ideias e nao ficar muito naquela obrigaçao de ver o blog no forum de uma comunidade e comentar saka. Ahh e a respeiro da voz do cara, eu nao acho que seja ruim nao, tipo tem uma afinaçao diferente que combina com o tom da musica, e da pra curti o som. A mesma coisa yellowcard eles tem umas musicas bem planejada como ocean avenue e muito bom ouvi uma musica dessas, pq eles aproveitam outros instrumentos como o violino.
;D
ahh e a respeito do seu post, achoo que nao vamos durar muito tempo, e esse texto retrata o futuro da naçao, pq nao basta apenas um de nós querermos mudar o mundo se o mundo nao quer mudar.
^^
Vlww espero que passe mais lah no blog, e olhe os outros post que tem a musica da minha banda lah pra ouvi se tiver interessado.
Flww abraço
Eu li o post, viu??? heheheh
Mas não passei pra comentá-lo, passei pra dizer q vc anda sumido pakas, nunca mais passou no meu blog!
Mas fico feliz de ver o layout q te dei de presente aki no teu blog!
Bom domingo...bjos no coração!
Fernanda Miranda (COTIDIANO ATIVO)
Cada dia-a-dia de nossa vida, cada situação com seu antagonista, se transforma em uma guerra, que vista de longe e por outras pessoas não parece tão mal. São as nossa Guerras Secretas, e internas.
Mto bom o texto!
Abraços!!
Excelente! Você já pensou em fazer uma série baseada nesse conto? O garoto japonês desbravando o mundo das baratas... ia ficar interessante! Eu, pelo menos,m acompanharia.
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