terça-feira, 12 de agosto de 2008

Espasmo CAOS/ORDEM do megaverso

Era um buraco lamacento no meio de lugar nenhum, literalmente.

Ficava no espaço entre universos, cercado de coisa alguma a não ser uma profunda e depressiva escuridão.

Ainda assim tinha forma, era um buraco.

Ainda assim tinha qualidades, era lamacento.

Na verdade, descoberta sua real função, qualquer criatura acharia aquele buraco lamacento a coisa mais bela da criação, não fosse a escuridão que impedia que qualquer um o visse. E não fosse também ele estar no meio de lugar nenhum, onde ninguém jamais estará.

O silêncio lá obviamente é enlouquecedor. Se no espaço não há som, imagine o espaço cósmico, a malha que liga os milhares de infinitos universos.

Mas de vez em quando algo acontece, e tudo muda.

Do buraco lamacento explode um jorro poderoso de luz branco-azulada e acompanhando a luz um som incrível de fogos de artifício e depois de trombetas e explosões. A luz e tão cegante e poderosa que mesmo que alguém estivesse presente, provavelmente seria incinerado instantâneamente. E mesmo que não fosse, sua cabeça explodiria devido ao som alto do caos ao redor da luz.

Num instante tudo sai daquele buraco, TUDO. E o caos não tenta tomar forma alguma, simplesmente dispara de lá em todas as direções por um tempo indeterminado, talvez tão longo quanto o tempo em que o buraco esteve em silêncio, ou tão curto quanto um suspiro.

E em todas as partes do multiverso, em todos os mundos dos universos, em todos os planetas das galáxias, em todos os cantos dos planetas, as idéias nascem.

É daquele buraco lamacento no meio de lugar nenhum que saem todas as idéias. É a fonte infinita que permanece infinitamente em silêncio e infinitamente ativa ao mesmo tempo num paradoxo sem sentido que continua impulsionando todas as nossas mentes.

Da pior à melhor das idéias, todas saíram de lá em algum momento entre o silêncio sagrado e a explosão caótica que continuam pulsando ao mesmo tempo num lugar no qual ninguém nunca vai chegar.

Eu tenho uma idéia de onde fica, mas não posso levar ninguém lá, as pessoas tem que ir por si mesmas, e ainda assim ninguém nunca vai chegar lá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilha de Texto!!

Passando para ler os amigos...

Abraço!

 
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